Nuvem de Tags

Uma Floresta

Sou uma estrela orbitando um buraco negro.
Minha luz sendo sugada distorcidamente.
Eu fui um artista.
Um ator.
Tinha meu próprio espetáculo.
O mundo era meu.
Os holofotes eram meus.
Havia um fôlego no ar. Algo revigorante, estimulante.
Era tudo muito fácil.
Eu dobrava metais.
E concatenava, de modo gratuito, as mentes.
O mundo ria comigo.
Eu fui o dono do espetáculo.
Eu vi constelações se apagando.
O Senhor do tempo age sobre mim severamente agora.
Não me sinto mais vivendo na velocidade da luz
No entanto, aprendi o valor de cada hora.
É silencioso aqui. E frio.
Mas existe algo tão maravilhoso assim no horizonte?
Eu queria desejar o horizonte como antigamente.
Mas existe algo que eu perdi.
E não sei se sem relógio posso me adaptar adequadamente.
Você me conheceu de verdade.
Aquele era eu.
Gritando.
Você me calou com um beijo.
E olhou nos meus olhos. E eles se incendiaram.
Foi maravilhosamente terrível te conhecer.
Mas sem você jamais eu poderia ter visto a parcela da verdade que me cabe.
Estamos distantes agora.
Apesar de tudo, eu sobrevivo.
No frio. No silêncio sofro.
O amor acabou, isso eu consigo ver.
Mas o que vem agora?
 Existe um grande problema em poder enxergar todas as estrelas:
a gente termina vulneravelmente paralisados. 
Absortos.
É o veneno do escorpião.